terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Benefícios da atividade física na melhor idade

       Conforme atesta (SILVA & BARROS, 1998; BARBOSA, 2001), a expectativa
média de vida vem sofrendo um acréscimo. Isto se dá, devido à melhora da
qualidade de vida, que "e a satisfação harmoniosa dos objetivos e desejos de
alguém, além de implicar numa idéia de felicidade, ou seja, a ausência de
aspectos negativos", afirma BERGER & MCINMAN apud BORGUETTI et al.
(2000).
        Assim, para se obter essa qualidade de vida é necessária que haja um
equilíbrio e um bem-estar entre o homem como ser humano, a sociedade em
que vive e as culturas existentes.
Devemos sempre estar cientes de que, "uma velhice tranqüila é o somatório
de tudo quanto beneficie o organismo, como por exemplo, exercícios físicos,
alimentação saudável, espaço para o lazer, bom relacionamento familiar, enfim,
é preciso investir numa melhor qualidade de vida" PIRES et al. (2000, p. 2).
Com isso, este estudo vem buscar a qualidade de vida e a longevidade, pela
atividade física na água - "hidroginástica". Esta modalidade aquática que traz
grandes benefícios, devido ao meio, para uma população muito especial que é
a 3ª idade.
Por outro lado, sabe-se que o processo de envelhecimento é acompanhado
por uma série de alterações fisiológicas ocorridas no organismo (LEITE, 1990;
WEINECK, 1991; SKINNER, 1991; FEDERIGHIL, 1995; FARO JR., LOURENÇO &
BARROS NETO, 1996a; ZOGAIB, BITTAR & BICARRELO, 1996), bem como pelo
surgimento de doenças crônico - degenerativas advindas de hábitos de vida
inadequados (tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de atividades
laboral, ausência de atividade física regular, etc.).
Em virtude desses aspectos, acredita-se que a participação do idoso em
programas de exercício físico regular poderá influenciar no processo de
envelhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida,
melhoria das funções orgânicas, garantia de maior independência pessoal e um
efeito benéfico no controle, tratamento e prevenção de doenças como diabetes,
enfermidades cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades
respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica (MATSUDO &
MATSUDO, 1992; SHEPHARD, 1991).
          Afirmam (BARBOSA, 2001; SILVA & BARROS, 1996 e BONACHELA, 1994)
que, a hidroginástica protelará o processo de envelhecimento e trará benefícios
anatomo-fisiológicos, cognitivos e sócio-afetivos aos idosos, tornando-os mais
sadios (ausência de doenças), independentes, sociáveis e eficientes,
proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida.
Por esses motivos, diversos estudos nessa área têm procurado descrever os
benefícios, dificuldades e peculiaridades do condicionamento físico, visando
prevenir e atenuar o declínio funcional decorrente do processo de
envelhecimento (LEITE, 1990; YAZBEK & BATIATELLA, 1994; ACSM, 1994;
FEDERIGHI, 1995; MATSUDO & MATSUDO, 1993); outros trabalhos analisaram
o risco à saúde decorrente da participação do idoso em programas de
exercícios (WEINECK, 1991), ou os critérios mínimos de aptidão
cardiorrespiratória e motora para sustentar o programa sem risco à saúde
(LEITE, 1990). O treinamento esportivo para os idosos, não como campo de
realização de altas performances, mas como meio para manutenção e alcance
da saúde, tem sido estudada por APELL & MOTA (1991); outros trabalhos
procuraram enfocar a capacidade de desempenho ou treinamento do idoso
verificando os declínios funcionais e comparando-os aos de outros indivíduos
(atletas, sedentários, pessoas jovens, etc.) (SKINNER, 1991; WEINECK, 1991).
De acordo com PIRES et al. (2002), com o declínio gradual das aptidões
físicas, o impacto do envelhecimento e das doenças, o idosos tende a ir
alterando seus hábitos de vida e rotinas diárias por atividades e formas de
ocupação pouco ativas. Os efeitos associados à inatividade e a má
adaptabilidade são muito sérios. Podem acarretar numa redução no
desempenho sérios, na habilidade motora, na capacidade de concentração, de
reação e de coordenação, gerando processos de auto-desvalorização, apatia,
insegurança, perda da motivação, isolamento social e a solidão.
Assim, segundo (PIRES et al., 2002; BARBOSA, 2001; BONACHELA, 1994;
KRASEVEC & GRIMES; POWERS & HOWLEY, 2000; SILVA & BARROS, 1996) as
capacidades físicas, as modificações anatomo-fisiológicas, as alterações psicossociais
e cognitivas, são regredidas ao decorrer do processo de
envelhecimento, bem como:
• Capacidades Físicas - há uma diminuição de: coordenação motora
grossa e fina, habilidades, equilíbrio, esquema corporal, visão e
audição;
• Modificações Anatomo-fisiológicas - hipotrofia cerebral e muscular,
diminuição da elasticidade vascular e muscular, concentração de tecido
adiposo, tendência à perda de cálcio pelos ossos, desvios de coluna,
redução da mobilidade articular, altura, densidade óssea, volume
respiratório, resistência cardio-pulmonar, freqüência cardíaca máxima,
débito cardíaco, consumo máximo de oxigênio e mecanismos de
adaptação (hermodinâmicos, termorreguladores,imunitários e
hidratação), insuficiência cardíaca;
• Função Cognitiva - é expressa pela velocidade de processamento das
informações, assim influenciadas pela quantidade de motivação e
estimulação. Com isso, só sofrerá negativas se não for estimulada.
• Alterações Psicossociais - ocorre, a diminuição da sociabilidade, a
depressão, mudanças no controle emocional, isolamento social e baixa
auto-estima, ocasionadas pela aposentadoria, pela dificuldade auditiva,
visual e motora, pela síndrome do ninho vazio (saída dos filhos, de
casa), pela impotência sexual, entre outras.
Além do mais, essas alterações podem ocasionar várias patologias físicas e
psíquicas. Cabe a nós, educador físico, usarmos da nossa profissão, como um
dos meios de minimizar e prevenir estas, tornando-os indivíduos/idosos mais
saudáveis, mais aptos, bem dispostos, independentes, reintegrados, com
melhores condições de vida, valorizando-se e sendo valorizado.
PIRES et al. (2002) consideram que, a velhice sempre é vista como um
período de decadência física e mental. É um conceito equivocado, pois muitos
cidadãos que chegam aos 65 anos, já que esta é a idade oficializada pela
Organização das Nações Unidas, como limite entre fase adulta e velhice, ainda
são completamente independentes e produtivos. Acreditamos na decadência
sim, mas da sociedade que perde, não dando valor ou criando espaços
adequados para as necessidades de nossos velhos. A população idosa, em
nosso país, cresce a cada dia e com ela as dificuldades e as necessidades de
adequar soluções eficientes, junto aos órgãos públicos, com o objetivo de
tornar digna a vida de nossos idosos.
Na elaboração de um programa de exercícios físicos é importante ter o
conhecimento específico sobre a faixa etária em que o indivíduo está inserido e
sobre as modificações que ocorrem neste período, além de considerar também
as peculiaridades individuais. Neste sentido, diversos autores têm procurado
apontar alterações decorrentes do processo de envelhecimento, bem como as
implicações dessas alterações na elaboração e supervisão desses programas.
O envelhecimento é um processo que, do ponto de vista fisiológico, não
ocorre necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica,
apresentando considerável variação individual; este processo surge
acompanhado por uma série de modificações nos diferentes sistemas do
organismo, seja a nível antropométrico, muscular, cardiovascular, pulmonar,
neural ou de outras funções orgânicas que sofrem efeitos deletérios, além do
declínio das capacidades funcionais e modificações no funcionamento fisiológico
(FARO JR., LOURENÇO & BARROS NETO, 1996a, 1996b; YAZBEK &
BATISTELLA, 1994; MATSUDO & MATSUDO, 1993; SKINNER, 1991;
MCARDLE,, KARTCH & KARTCH, 1986).
O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras,
redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo,
dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de
vida saudável (MARQUES, 1996). Ocorrem alterações fisiológicas durante o
envelhecimento que podem diminuir a capacidade funcional, comprometendo a
saúde e qualidade de vida do idoso. Essas alterações acontecem: ao nível do
sistema cardiovascular; no sistema respiratório com a diminuição da
capacidade vital, da freqüência e do volume respiratório; no sistema nervoso
central e periférico, onde a reação se torna mais lenta e a velocidade de
condução nervosa declina e; no sistema músculo-esuqelético pelo declínio da
potência muscular, não só pelo avanço da idade mas pela falta de uso e
diminuição da taxa metabólica basal (FARO JR., LOURENÇO & BARROS NETO,
1996c; MATSUDO & MATSUDO, 1992; SKINNER, 1991).
Antes de iniciar qualquer tipo de exercício, considera-se importante que o
idoso seja submetido a uma avaliação médica cuidadosa, constando
preferencialmente de um teste de esforço para prescrição do programa, quanto
a essa recomendação é importante levar em conta alguns critérios que deverão
influenciar a seleção do protocolo e servem, também, para ilustrar algumas das
importantes restrições impostas pelo envelhecimento quanto à realização de
exercícios: a diminuição de VO2 máximo pode requerer que se opte por um
teste de baixa e moderada intensidade e maior duração, isso se deve também
a um maior tempo requerido para que se alcance o stead - stead; usar maior
período de aquecimento e pequenos incrementos nas cargas ou incremento em
intervalos de tempo maior; em função da maior fadigabilidade deve ser
diminuída a duração total do teste; a diminuição dos níveis de equilíbrio e força
indica o uso prioritário da bicicleta (ergômetro); a redução na coordenação
muscular exige, muitas vezes, a realização de mais de um teste que se chegue
a um resultado confiável; outros fatores como o uso de dentaduras, a
diminuição da acuidade visual e auditiva, devem ser também considerados
(MATSUDO & MATSUDO, 1993).
A partir do reconhecimento desses fatores é possível compreender que o
idoso é relativamente mais fraco, mais lento e menos potente; verificando-se
com o avanço da idade uma redução no desempenho que requer regulação do
sistema nervoso, como no caso do equilíbrio e do tempo de reação (SKINNER,
1991).

Bibliografia: Faculdades Integradas Toledo de Araçatuba
Curso de Educação Física
(Brasil)
Sandra Regina da Silva Takahashi
Prof. Ms. Sérgio Tumelero (Orientador)

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